quarta-feira, 27 de maio de 2009














Num primeiro momento, o Bando focou o Pelourinho retratando este bairro estigmatizado como zona de marginalidade até a sua reforma nas três peças que formam a “Trilogia do Pelô”(“Essa é a Nossa Praia”, “Ó Pai Ó” e “Bai bai Pelô”). Em Onovomundo, o grupo incursiona no universo sagrado do Candomblé. Zumbi(1995) voltou-se para a realidade da periferia da metrópole, em meio às celebrações pelos 300 anos de Zumbi dos Palmares. Enquanto Xirê/Erê pra toda a vida abordou a Chacina da Calendária, no primeiro espetáculo de dança do Bando. Cabaré da Rrrrrraça(1997), o maior sucesso do grupo, em cartaz há 10 anos, aborda a discussão racial, numa combinação de desfile de moda com talk-show. Relato de uma guerra que (não) acabou(2002) é resultado de uma pesquisa junto a comunidade dos subúrbios sobre a greve da Polícia Militar e suas conseqüências. O grupo montou textos clássicos, imprimindo a sua estética, como Woyzeck de Büchner e Medeamaterial, protagonizada pela atriz Vera Holtz e com música de Heiner Goebbels, a Ópera de três mirréis e, mais tarde, a Ópera de 3 reais, duas versões do clássico de Bertolt Brecht, Um tal de Dom Quixote(1998) que reinaugurou o Teatro Vila Velha e o Sonho de uma noite de Verão(1999). Em 2003 o Grupo montou textos de João Augusto, fundador do Teatro Vila Velha, para o espetáculo Oxente, Cordel de Novo?. O Muro(2004), texto inédito da dramaturga Cacilda Povoas, fruto da oficina de dramaturgia do Royal Court Theatre. E Auto-retrato aos 40, em comemoração 40 anos de fundação do teatro. O grupo vem participando de diversos eventos representativos das artes cênicas no Brasil e no exterior. Com o espetáculo Xirê/Erê pra toda a vida, participou do LIFT, London International Festival of Theatre. Representou o Brasil na Estação da Cena Lusófona, em Coimbra. Participou das comemorações da Semana de Teatro em Angola, a convite do Ministério da Cultura de Angola. Participou da Copa da Cultura(2006), evento do Ministério da Cultura, representando o Brasil na Alemanha, no Festpiele in Ludwigshafen com a nova versão de “Sonho de uma Noite de Verão”. No Brasil, o Grupo participou do Festival de Inverno de Belo Horizonte, do Festival de Arte Negra(MG), do Carlton Dance Festival, da Mostra Arte da África-Teatro no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), da Mostra Latino-Americano de Teatro de Grupo, realizada pela Cooperativa Paulista de Teatro, do Projeto de Circulação da Caixa, patrocinado pela Caixa Econômica Federal, em Brasília entre outros. O Bando e a Cia dos Comuns(RJ), realizaram em Salvador o I e II Fórum Nacional de Performance Negra. O grupo tem sido reconhecido por representar uma estética inovadora e brasileira, como comprova a escolha da peça “Cabaré da Rrrrrraça” realizada pelo Itamaraty para ser apresentado a diplomatas de 16 países africanos e o fato de ter sido selecionado pelo Projeto Cena Aberta dos Ministérios da Cultura e do Trabalho. Sob a direção da cineasta Monique Gardemberg o Bando participa de dois filmes: Jenipapo(1994) e Ó paí ó!(2006), filme baseado na peça homônima. A convite do cineasta Póla Ribeiro, o Bando participou do filme Jardim das Folhas Sagradas. Em 2006 o Bando estreou o seu primeiro infantil, Áfricas que rendeu 03 indicações ao Prêmio Braskem de Teatro, melhor espetáculo infantil, melhor figurino e melhor ator coadjuvante, sendo vencedor nessa última categoria. O Grupo já conta com dois livros “Trilogia do Pelô”, de Marcio Meirelles e O Teatro do Bando: Negro, Baiano e Popular” de Marcus Uzel. Atualmente, o Bando prepara roteiros baseados nas suas peças em um seriado a ser exibido na TV Globo a convite do diretor Guel Arraes. O grupo também é inspirador do programa Espelho do qual participa, exibido no Canal Brasil, dirigido pelo ator Lazaro Ramos.

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